“Quando você cair, eu vou cuidar de você”: uma conversa real entre mãe e filha
Hoje eu ia ao hospital. Estava com dor, já tinha me medicado em casa, mas os sintomas não passavam. Ir ao hospital aqui em casa é uma verdadeira excursão: sem rede de apoio, com uma filha na escola e a caçula em casa, fomos todos juntos. Antes de sair, pedi à minha filha menor que escolhesse uma roupa. Ela subiu as escadas correndo. Escutei um barulho, e como sempre faço — porque sou muito atenta a sons de quedas e impactos — gritei do banheiro: “O que foi isso? Tá tudo bem?” Ela caiu. Mas o que me marcou profundamente não foi a queda em si, foi a expressão dela ao me olhar: preocupada em me tranquilizar. Ela estava com medo de que eu brigasse com ela por ter caído. Segurava o choro. Não queria me decepcionar. 💔 Aquilo me atravessou. O pai chegou primeiro e a acolheu. Logo depois fui até ela, a abracei e disse: “Filha, você quer chorar? Pode chorar.Quando você cair, saiba que eu não vou brigar com você.Eu vou cuidar de você. Eu estou aqui pra te proteger.Você não precisa ter medo de mim.Não precisa engolir o choro com medo da minha reação.Se eu gritei, é porque eu me assustei. Eu amo tanto você…Eu só queria saber se você estava bem.” 🌱 A conversa foi reparadora. E não apenas para ela. Foi um momento de reparação emocional também para mim. Como se, ao dizer aquelas palavras para minha filha, eu dissesse também para a criança que eu fui um dia: você pode cair, pode sentir medo, pode chorar — e ainda assim será amada e cuidada. Porque ninguém deveria crescer achando que precisa esconder suas dores para merecer acolhimento. 🧠 A minha filha reagiu como eu, lá atrás. E nesse momento, eu decidi: eu quero ser diferente. Não perfeita, mas segura. Uma mãe que os filhos procuram quando caem — não de quem eles se escondem. Quero que ela saiba que, quando cair, pode me chamar. E eu vou cuidar dela. Sempre.